segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Aprender e ensinar com WIKI

Porquê usar WIKI na educação?

Stewart Mader, no seu livro Wiki in Education (livro escrito na plataforma wiki) e lançado em 2006, apresenta dez capítulos contendo relatórios feitos por professores norte-americanos que usaram wiki com os seus alunos descrevendo o que foi desenvolvido com cada grupo de estudantes e os resultados obtidos em cada um dos casos: aspectos positivos, negativos, as dificuldades enfrentadas e os grandes desafios. Dos estudos feitos é opinião comum aos vários professores que:
  • os alunos eram obrigados a participar, pois o wiki monitorava a participação de cada estudante no histórico;
  • a pesquisa colectiva aumentava o interesse do aluno pela matéria;
  • ensinava o respeito pela opinião de outro colega;
  • as pesquisas aprofundavam-se e faziam os alunos procurar fontes que não fossem somente a internet ;
  • os professores nunca apresentavam uma forma única de trabalho – misturavam wiki com blogs ou wikis colectivos com wikis indivuduais;
  • os projectos poderiam seguir rumos diferentes dos originalmente traçados.


Neste e noutros estudos tem sido unanime que a utilização de Wikis no ensino encoraja a aprendizagem colaborativa e a partilha de informação, aumenta a participação e o envolvimento dos estudantes, facilita a comunicação entre o professor e os alunos.
O Wiki pode ser uma fonte de motivação e sentido de responsabilidade pois os alunos sabem que o seu trabalho é visível on-line e pode ser acompanhado e criticado/avaliado por outros.


Um cenário de aprendizagem


Considerando as potencialidades desta ferramenta, em conjunto com uma colega de escola, professora do mesmo nível de ensino, foi proposto aos alunos, no início do mês de Novembro, a realização de um trabalho colaborativo na área da Física.

Foram definidas as regras de funcionamento e prazo de conclusão.

As professoras, através de um fórum colectivo, vão dando orientações diversas desde gerais, sobre estrutura do trabalho e avaliação, a particulares sobre o trabalho que vai sendo realizado em cada grupo. A adesão dos alunos é significativa, estando já diversos grupos criados, trabalhando com entusiasmo nos seus WIKI’s.

A adesão dos alunos é significativa, estando já diversos grupos criados, trabalhando com entusiasmo nos seus WIKI’s.


Este trabalho irá desenrolar-se até ao final de Janeiro, momento em que faremos a avaliação do processo e tornarei públicos os resultados.

sábado, 15 de novembro de 2008

Sobre o WIKI...

Depois de uma "acesa" partilha de ideias sobre a ferramenta WIKI resolvi fazer alguma pesquisa no sentido de me esclarecer sobre o que realmente é o WIKI e para que serve. Venho aqui partilhar as minhas "modestas" conclusões com aqueles que, como eu, se estão a iniciar nestas andanças...


Um Wiki é um conjunto de páginas na internet que qualquer um pode editar e aprimorar, permitindo a construção de hipertextos através do próprio navegador de páginas da internet.

Os utilizadores de um WIKI podem aceder, procurar e editar páginas de hipertexto num ambiente de tempo real, permitindo coordenar documentos, bancos de dados e projectos colaborativos de forma efectiva e eficiente.

Cada participante dá a sua contribuição para um trabalho comum, podendo acrescentar, cortar ou modificar, a qualquer momento, o conteúdo do WIKI, ficando registada a sua acção.

A utilização e fim a dar a um WIKI é determinado pelo grupo que o criou e o administra, definindo regras, objectivos, recursos e participantes, podendo ter um carácter público ou privado, com mais ou menos utilizadores/editores, mais orientado por um administrador (p.e. o professor) ou mais livre em que todos contribuem de igual forma.


Aqui ficam alguns videos interessantes, uns em protuguês outros em inglês, sobre o assunto:

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

domingo, 9 de novembro de 2008

Integração Curricular das TIC - Mapa de Conceitos

Mapa de conceitos realizado em grupo na disciplina de Integração Curricular das TIC com recurso ao programa CMAPS.


O IHMC CmapTools é uma ferramenta que permite criar, editar, partilhar e comentar mapas conceptuais.

Foi desenvolvido pelo Institute for Human and Machine Cognition, é gratuito para fins educacionais e pode fazer-se o download em http://cmap.ihmc.us/download.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Professor e/ou a Tecnologia?

"Não será posto em causa o papel social da escola? Não será mais aceitável um saber da Internet do que o do professor? Não será posto em causa o papel do professor?”

Assumindo uma posição optimista, acredito que a longo prazo o PTE produzirá efeitos na Educação no nosso país.
A distribuição de computadores com acesso à Internet a todos os alunos (independentemente da condição social) e a adequada formação de professores ajudará a vencer a actual insegurança.
Depois de ultrapassada esta fase de apreensão e sentimento de invasão do espaço, o papel do professor transformar-se-á progressivamente e a integração das TIC nos currículos será uma realidade.
As novas tecnologias não serão encaradas como substitutos do que agora existe mas como uma forma diferente de gerir a informação disponível e de a partilhar e, se bem integradas nas actividades lectivas, funcionarão como instrumentos motivadores dos nossos alunos e facilitadores das aprendizagens.
O papel do professor e da escola não será posto em causa pois continuarão a desempenhar um papel fundamental como mediadores das aprendizagens, ajudando a usar correctamente a poderosa fonte de informação que a Internet representa, ensinando “a separar o trigo do joio”.
Cabe ao professor mostrar aos seus alunos que por trás do “saber” disponível na Internet estão pessoas e instituições que merecem maior ou menor credibilidade como o que se passa com outras fontes de informação mais tradicionais.
O professor deve colocar-se ao lado das novas tecnologias e não contra elas, procurando formação à medida das suas necessidades de adaptação.
Os planos de formação para professores nesta área são necessários e indispensáveis mas de pouco adiantam se os professores não os procurarem de uma forma sólida e consistente.

O Plano Tecnológico da Educação

Esta reflexão sobre o Plano Tecnológico da Educação foi feita no âmbito do Mestrado em TIC e Educação.
Ao examinar o site www.escola.gov.pt não posso deixar de me encantar com o que encontrei.
Nos dias de hoje todos nós sonhamos com uma escola nova, a brilhar, com edifícios acabados de construir, cheia de computadores, internet banda larga, quadros interactivos, onde todos os alunos e todos os professores tivessem ao seu dispor os melhores instrumentos de trabalho e pesquisa para construção de conhecimento.
O Plano Tecnológico da Educação (PTE) preenche quase todos os requisitos deste nosso sonho quando se afirma:
”O PTE tornará a Escola num espaço de interactividade e de partilha de conhecimento sem barreiras, certificará as competências TIC de professores, alunos e funcionários e preparará as nossas crianças e jovens para a sociedade do conhecimento.
A ambição do PTE é a de colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados em matéria de modernização tecnológica das escolas até 2010.”
Retirando a eventual carga política que este discurso pode conter, reforçar a informatização das escolas, aumentar a velocidade de ligação à Internet, desenvolver a oferta de conteúdos educativos digitais, a formação e certificação de competências dos professores em tecnologias da informação e da comunicação e promover a eficiência da gestão escolar adaptando os processos às novas tecnologias, são grandes e nobres objectivos e é inegável que se tem que começar por algum sítio para modernizar as nossas escolas e que colocar a tecnologia à disposição de todos.
No entanto, as escolas são “feitas” com recursos mas são fundamentalmente “feitas” de pessoas e, a meu ver, de pouco adiantará inundar as escolas de tecnologia se a vivência do dia a dia da escola não se alterar e se adaptar tirando o máximo partido dos recursos disponíveis.
Nem tudo o que se fez até hoje está mal e nem tudo tem que ser modificado pela “mão” desta enorme vontade de adaptação e modernização da escola.
Todos temos que aprender a ler, a contar e a escrever com a nossa própria mão embora possamos utilizar métodos diferentes para o conseguir.
O “choque tecnológico” é necessário mas não pode ser considerado como a varinha mágica que vai resolver todos os problemas do ensino em Portugal.
O equilíbrio entre uma escola conservadora e uma escola tecnológica tem que ser atingido.
O “encantamento” das novas tecnologias pode deixar por resolver problemas como a formação de todos os professores para a correcta e equilibrada utilização destas novas ferramentas na sua prática lectiva, a adaptação dos currículos a uma escola tecnologicamente mais evoluída, a resolução de verdadeiros dramas sociais dos nossos alunos e das suas famílias e a dificuldade de muitos de prolongar este ambiente modernizado para as suas casas dando continuidade ao trabalho iniciado na escola.
Em suma, devemos acolher este plano com a abertura necessária à modernização e a reserva suficiente para que se crie o correcto espaço para que se desenvolvam e se promovam verdadeiros ambientes de aprendizagem nas nossas escolas.

O que é para mim o Currículo?

Numa perspectiva institucional a palavra Currículo surge nos documentos emanados pelo Ministério da Educação (http://sitio.dgidc.min-edu.pt/basico/Paginas/default.aspx ou http://sitio.dgidc.min-edu.pt/basico/Paginas/CNacional_Comp_Essenciais.aspx) associada à ideia de percurso, mais ou menos flexível, que os alunos devem tomar para concluir as diversas etapas da sua vida escolar, ao conjunto das aprendizagens que devem realizar ou às competências que irão adquirir ao longo desse percurso.
Num sentido mais lato verificamos que não existe apenas uma noção de currículo mas uma multiplicidade definições para Currículo de acordo com as diferentes perspectivas, épocas e contextos . A noção de Currículo surge como um processo evolutivo e não como uma definição de um conceito estático, universal e imutável.
Desde a perspectiva tradicional de Bobbitt (1918) que refere Currículo como uma especificação cuidadosa e rigorosa de objectivos, procedimentos e métodos para a obtenção de resultados que possam ser medidos de modo que se possa manter o sistema numa revisão constante, operando as oportunas alterações, até às teorias pós-criticas do Currículo como as Teorias do Multiculturalismo, Teorias de Género, Teorias Étnica e Racial, Perspectiva Pós-moderna, Teorias Pós-Estruturalista e Teoria Pós-colonialista, passando pelas teorias críticas dos anos 60 em que se valoriza a aprendizagem pela vivência das relações sociais da escola (Bowles e Gintis). Nas teorias críticas surge o conceito de currículo oculto em que se valoriza as aprendizagens sociais com atitudes, comportamentos e valores. O currículo oculto é, assim, constituído por todos os aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita para aprendizagens sociais relevantes.

Se, por um lado me posiciono num perspectiva tradicionalista em que o Currículo se deve constituir como ferramenta orientadora dos percursos e das aprendizagens, cada vez mais estes percursos são condicionados pelo meio envolvente, os objectivos individuais e colectivos, os recursos e as vivências sociais, numa sociedade cada vez mais global.
Desta forma, tentando encontrar uma resposta à questão, para mim o Currículo deve constituir-se como orientador do percurso educacional, de forma estruturada e coerente definindo as aprendizagens significativas a alcançar mas adaptável ao indivíduo, ao espaço escolar e às diversas condicionantes culturais e sociais.
Assim, entendo o Currículo como dinâmico e flexível , sob linhas orientadoras gerais, construído pelos seus directos intervenientes de forma a que a comunidade escolar, o professor e o aluno articulem a sua intervenção.