quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O que é para mim o Currículo?

Numa perspectiva institucional a palavra Currículo surge nos documentos emanados pelo Ministério da Educação (http://sitio.dgidc.min-edu.pt/basico/Paginas/default.aspx ou http://sitio.dgidc.min-edu.pt/basico/Paginas/CNacional_Comp_Essenciais.aspx) associada à ideia de percurso, mais ou menos flexível, que os alunos devem tomar para concluir as diversas etapas da sua vida escolar, ao conjunto das aprendizagens que devem realizar ou às competências que irão adquirir ao longo desse percurso.
Num sentido mais lato verificamos que não existe apenas uma noção de currículo mas uma multiplicidade definições para Currículo de acordo com as diferentes perspectivas, épocas e contextos . A noção de Currículo surge como um processo evolutivo e não como uma definição de um conceito estático, universal e imutável.
Desde a perspectiva tradicional de Bobbitt (1918) que refere Currículo como uma especificação cuidadosa e rigorosa de objectivos, procedimentos e métodos para a obtenção de resultados que possam ser medidos de modo que se possa manter o sistema numa revisão constante, operando as oportunas alterações, até às teorias pós-criticas do Currículo como as Teorias do Multiculturalismo, Teorias de Género, Teorias Étnica e Racial, Perspectiva Pós-moderna, Teorias Pós-Estruturalista e Teoria Pós-colonialista, passando pelas teorias críticas dos anos 60 em que se valoriza a aprendizagem pela vivência das relações sociais da escola (Bowles e Gintis). Nas teorias críticas surge o conceito de currículo oculto em que se valoriza as aprendizagens sociais com atitudes, comportamentos e valores. O currículo oculto é, assim, constituído por todos os aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita para aprendizagens sociais relevantes.

Se, por um lado me posiciono num perspectiva tradicionalista em que o Currículo se deve constituir como ferramenta orientadora dos percursos e das aprendizagens, cada vez mais estes percursos são condicionados pelo meio envolvente, os objectivos individuais e colectivos, os recursos e as vivências sociais, numa sociedade cada vez mais global.
Desta forma, tentando encontrar uma resposta à questão, para mim o Currículo deve constituir-se como orientador do percurso educacional, de forma estruturada e coerente definindo as aprendizagens significativas a alcançar mas adaptável ao indivíduo, ao espaço escolar e às diversas condicionantes culturais e sociais.
Assim, entendo o Currículo como dinâmico e flexível , sob linhas orientadoras gerais, construído pelos seus directos intervenientes de forma a que a comunidade escolar, o professor e o aluno articulem a sua intervenção.

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