quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Plano Tecnológico da Educação

Esta reflexão sobre o Plano Tecnológico da Educação foi feita no âmbito do Mestrado em TIC e Educação.
Ao examinar o site www.escola.gov.pt não posso deixar de me encantar com o que encontrei.
Nos dias de hoje todos nós sonhamos com uma escola nova, a brilhar, com edifícios acabados de construir, cheia de computadores, internet banda larga, quadros interactivos, onde todos os alunos e todos os professores tivessem ao seu dispor os melhores instrumentos de trabalho e pesquisa para construção de conhecimento.
O Plano Tecnológico da Educação (PTE) preenche quase todos os requisitos deste nosso sonho quando se afirma:
”O PTE tornará a Escola num espaço de interactividade e de partilha de conhecimento sem barreiras, certificará as competências TIC de professores, alunos e funcionários e preparará as nossas crianças e jovens para a sociedade do conhecimento.
A ambição do PTE é a de colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados em matéria de modernização tecnológica das escolas até 2010.”
Retirando a eventual carga política que este discurso pode conter, reforçar a informatização das escolas, aumentar a velocidade de ligação à Internet, desenvolver a oferta de conteúdos educativos digitais, a formação e certificação de competências dos professores em tecnologias da informação e da comunicação e promover a eficiência da gestão escolar adaptando os processos às novas tecnologias, são grandes e nobres objectivos e é inegável que se tem que começar por algum sítio para modernizar as nossas escolas e que colocar a tecnologia à disposição de todos.
No entanto, as escolas são “feitas” com recursos mas são fundamentalmente “feitas” de pessoas e, a meu ver, de pouco adiantará inundar as escolas de tecnologia se a vivência do dia a dia da escola não se alterar e se adaptar tirando o máximo partido dos recursos disponíveis.
Nem tudo o que se fez até hoje está mal e nem tudo tem que ser modificado pela “mão” desta enorme vontade de adaptação e modernização da escola.
Todos temos que aprender a ler, a contar e a escrever com a nossa própria mão embora possamos utilizar métodos diferentes para o conseguir.
O “choque tecnológico” é necessário mas não pode ser considerado como a varinha mágica que vai resolver todos os problemas do ensino em Portugal.
O equilíbrio entre uma escola conservadora e uma escola tecnológica tem que ser atingido.
O “encantamento” das novas tecnologias pode deixar por resolver problemas como a formação de todos os professores para a correcta e equilibrada utilização destas novas ferramentas na sua prática lectiva, a adaptação dos currículos a uma escola tecnologicamente mais evoluída, a resolução de verdadeiros dramas sociais dos nossos alunos e das suas famílias e a dificuldade de muitos de prolongar este ambiente modernizado para as suas casas dando continuidade ao trabalho iniciado na escola.
Em suma, devemos acolher este plano com a abertura necessária à modernização e a reserva suficiente para que se crie o correcto espaço para que se desenvolvam e se promovam verdadeiros ambientes de aprendizagem nas nossas escolas.

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